Pergunto-me todo momento quão quente é o fogo do inferno. Já que me condeno a ele a cada segundo, melhor saber o quanto vai doer. Quis provar um pouco de veneno para saber se a morte vale a pena, e acabei viciando. Experimentei – talvez sem querer, talvez não – todos os pecados capitais, e acabei inventando um novo tipo de heresia. Mais do que ser injusto, vaidoso, guloso; mais que negar o pão ou vender o corpo, divertir-se com sentimentos é coisa do diabo. Mato-me pouco a pouco enquanto machuco os outros. Apodreço enquanto faço a alma alheia chorar. A minha sorri amarelo e meus olhos já não são janelas, são poços. Ou fossas, como preferir. Tudo em mim é pútrido. Mascaro o cheiro de putrefação com o perfume barato do meu grande ego forjado. Por fim ainda me pergunto: será o inferno tão quente para mim? As nuvens brancas do paraíso parecem tão acolhedoras, porém cada vez mais distantes. Engulam-me logo, chama infernais, desde que me dêem um coração para brincar.
Monday, June 22, 2009
Entretenimento
"Meu único consolo de ir para o inferno é saber que vou te encontrar lá."
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